Orai sem cessar...
1o DEFINIÇÃO DE ORAÇÃO:
Deus estabele-ceu a oração como o meio dos verdadeiros cristãos terem comunhão com Ele. Orar é falar ou dialogar com Deus. Oração não é reza. Rezar é o mesmo que recitar algo previa-mente escrito ou decorado; é mera repeti-ção. A maioria das rezas são de procedên-cia humana ou maligna. A reza é morta e nada produz. Envolve apenas a mente. Não existe reza na Bíblia. A Bíblia ensina a oração. A oração não é previamente planejada nem decorada, mas brota naturalmente do nosso interior pelo Espírito Santo de Deus. É um relacionamento entre o nosso espírito e o Espírito Santo de Deus. A oração é viva, é algo que sai da alma e do espírito do cristão. Não pensamos antes o que iremos falar, mas, quando nos ligamos com Deus, as palavras fluem naturalmente, adequadas para aquele momento ou situação. A oração é a chave que abre o coração de Deus. É o falar da alma com Deus. É abrirmos o nosso coração, desabafando com Deus as nossas angústias e aflições. É o diálogo da criatura com o seu Criador, ora pedindo, ora agradecendo, ora louvando-O, e ora adorando-O. A oração é um relacionamento constante, íntimo e pessoal com Deus (Cols. 4:2; Mat. 6:6; Rom. 8:26-27).
2o A NECESSIDADE DE ORAÇÃO:
É impossível viver a vida cristã sem a oração. Assim como marido e esposa precisam de diálogo constan-te para manterem o bom relacionamento fami-liar, assim o cristão precisa orar para manter estreitado o relacionamento espiritual com Deus. O diálogo está para a necessidade material da família, assim como a oração está para a neces-sidade espiritual do cristão. Todo cristão neces-sita muito orar para ter comunhão com Deus, pois a oração é alimento para nossa alma e firmeza para nossa vida. Pela oração e estu-do da Bíblia, Deus dirige a nossa vida. A ora-ção nos abençoa, abençoa os outros e faz cres-cer o reino de Deus. Os apóstolos oravam muito e milhares se convertiam (Atos 1:14 e v. 24; 2:42; 4:31; 6:6; 8:15; 9:11 e v. 40). (Devemos orar em todo tempo Ef. 6:18), perseverar em ora-ção (Cols. 4:2) e orar sem cessar (1a Tes. 5:17). Quando ouvimos a pregação ou lemos o Evan-gelho, Deus fala conosco. Quando oramos, nós falamos com Deus. A Bíblia recomenda muita oração. O Senhor Jesus é o nosso maior exemplo. Passava horas e até noites inteiras em oração. Orava no monte (Marc. 6:46), às vezes a noite toda (Luc. 6:12), de manhã bem cedo (Marc. 1:35), como na agonia do Getsê-mani (Mat. 26:36-44). O cristão que não ora poderá cair em tentações e sofrer muitos males (Luc. 21:34-36; 22:40).
3o A QUEM DEVEMOS ORAR:
É totalmente errado pedir a Deus em nome de santos. Em 1a Tim. 2:5 diz: “Jesus é o único Mediador ou Intermediário entre nós e Deus”. O Novo Testamento ensina claramente que devemos orar a Deus, o Pai, em nome do Senhor Jesus (Ef. 5:20; Col. 3:17). Atentemos que, embora toda a Trindade esteja envolvida nas nossas orações, não devemos pedir em nome dos três. Devemos pedir a Deus, o Pai, em nome do Senhor Jesus. Jesus intercede por nós (Rom. 8:34). A resposta chega a nós através do Espírito Santo (João 16:23-24 e vs.13,14; João 14:17). Nos textos a seguir é o próprio Senhor Jesus que nos ensina a pedir ao Pai em seu nome (João 14:13-14 e v. 6; 15:16).
4o COMO ORAR:
A) TEMPO E LUGAR PARA ORAÇÃO:
Devemos orar de manhã (Marc. 1:35), antes das refeições (Atos 27:35), nas vigílias e em ocasiões especiais (Luc. 6:12-13), a sós, secre-tamente (Mat. 6:6), de madrugada (Prov. 8:17) e na Igreja (Atos 1:14). Devemos orar em todo tempo e lugar que nos seja possível (1a Tim. 2:8). Nos cultos das Igrejas é comum uma pessoa orar, e os demais acompanharem em espírito, dizendo o Amém no final. Tam-bém podemos orar todos juntos. No culto do-méstico, em casa, cada membro da família poderá orar, um de cada vez. Devemos ensi-nar a nossos filhos os caminhos de Deus e a oração.
B) POSTURA DO CORPO EM ORAÇÃO:
A postura do corpo em oração não é deter-minada na Bíblia. Podemos orar em qualquer posição: de joelhos (Luc. 22:41), prostrado (Mat. 26:39), em pé (João 17) e assentados (Atos 2:2). A posição mais conveniente é de joelhos e de olhos fechados. Se alguém está doente, de cama, sem poder levantar-se, pode-rá orar deitado, foi o caso do rei Ezequias (Isaias 38:1-5).
C) POSTURA DA VOZ EM ORAÇÃO: Podemos orar em nossa língua ou língua espiritual; pode-mos orar em voz alta, baixa ou em silêncio. Em voz alta (Atos 1:24), baixa (Luc. 22:46), em silên-cio (Ef. 6:18) e em línguas (1a Cor. 14:4-5 e vs. 13, 15, 18, 27, 28).
5o POSSÍVEIS RESPOSTAS ÀS ORAÇÕES:
A) SIM: A resposta às nossas orações será sim, se estiverem dentro dos princípios que Jesus ensi-nou em Mat. 6:9-10. Isto é, reconhecermos a grandeza e a santidade de Deus; que o Seu nome seja santificado e a Sua vontade feita em nós; que Ele reine em nós e através de nós, e que tudo o que pedirmos seja para o nosso bem e glorificação do nome do Senhor (1a João 5:14-15; João 14:13-14; Marc. 11:24).
B) NÃO: A resposta às nossas orações será não, se estiverem contra a vontade de Deus ou se forem um mal para nós (1a João 5:14; Tiago 4:3). Outros impedimentos são: se existir em nós pecado que cause impedimento, orarmos com dúvida ou falta de perdão (1a Ped. 3:7; Ef. 5:22 e v. 25; Is. 59:1-2; Prov. 1:28-31; 28:9; Tiago 1:6-7; Marc. 11:25-26). Já Mat. 18:23-35 trata do perdão, e diz, nos versos 33 a 35, que não seremos atendidos se do íntimo do cora-ção não perdoarmos aos outros.
C) AGUARDE: A resposta às nossas orações será aguarde, quando Deus quer provar a nossa fé, paciência e perseverança ou quando ainda não é o momento próprio (Col. 4:2; Atos 2:42). Deus quer ser adorado e glorificado; e que sejamos agradecidos pelas bênçãos que nos concede. Em Luc. 17:12-19 registra a cura de dez leprosos. Jesus reclamou porque só um vol-tou para dar glória a Deus.
6o FORMAS MAIS COMUNS DE ORAÇÃO:
A) PETIÇÃO OU SÚPLICA: Petição ou súplica é quando se roga a Deus por si, por alguém ou por alguma coisa (Mat. 8:2-3; Atos 1:24).
B) INTERCESSÃO: Intercessão é quando se pede por alguém ou se ajuda alguém em oração (Atos 12:5). Devemos orar pelas autoridades do país e não as maldizer (1a Tim. 2:1-3; Rom. 13:1-7).
C) AÇÕES DE GRAÇAS: Ações de graças é quando nós agradecemos a Deus por bênçãos que Ele nos concedeu ou concedeu a outros por quem intercedemos (Fil. 4:6; Rom. 1:8).
D) ADORAÇÃO: Adoração é quando queremos glorificar e exaltar a Deus adorando-O por Sua grandeza, por suas obras, pelo seu poder e, acima de tudo, pelo grande amor com que nos salvou em Cristo Jesus (João 4:23-24; Sal. 75:1; 138:1-3; 29:2). Quando cantamos e louvamos a Deus, isto também é uma forma de adora-ção. Existem outras formas de oração além destas, como no caso do “Pai Nosso” (Mat. 6:9-13). O importante e bíblico é que a oração seja feita com fé, reverentemente e que os seus propósitos glorifiquem a Deus.
CONCLUSÃO: Orar é falar ou dialogar. A oração é um relacionamento constante, íntimo e pessoal com Deus. A oração é uma necessidade, para termos comunhão com Deus e sermos guardados dos males e sofrimentos que as tentações podem nos causar. Devemos orar sempre a Deus, o Pai, em nome de Jesus. Orar em qualquer posição que nos seja possível. Em voz alta, baixa, silêncio e em línguas. A resposta pode ser: sim, não ou aguarde. Devemos orar pedindo, interce-dendo, agradecendo e adorando. Exercitemo-nos na prática das orações, elas são de grande valor, abençoaremos a muitos e a nós também. Leia a Bíblia. Comece pelo Novo Testamento. Amém.
BY - Dc.José Ramos Pereira
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7o O VALOR DAS ORAÇÕES: Quando as nos-sas orações são feitas sem duvidar (Tiago 1:6-7), com fé e de acordo com a vontade de Deus, são de tão grande valor que é impossível avaliarmos. Atos 3:1-9 registra que Pedro disse ao paralítico: em nome de Jesus Cristo, levanta e anda. O paralítico foi curado e saiu andando e pulando de alegria. Podem avaliar o valor dessa oração? É impossível. Tiago 5:16 diz: “orai uns pelos outros, para que sareis: a ora-ção feita por um justo pode muito em seus efei-tos”. A Igreja primitiva orava sempre e havia conversão e salvação aos milhares (Atos 1:14; 2:41-42 e v. 47; 4:4). É assim que nós devemos fazer. Estudar muito a Bíblia, mas também orar sempre, pois as orações são de grande valor, e veremos o potencial divino que está à nossa disposição. Também as figuras ao lado dão-nos essa mesma
idéia. Amém.